“O autismo não é um quebra-cabeça a ser resolvido. É um ser humano a ser compreendido.” Michael McCreary

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De tudo que é mais admirável na Psicologia, a oportunidade de lidar com o ser humano na sua potencialidade, na sua diversidade e de modo especial, encontrar pessoas no mais próximo da sua essência, é a que mais encanta e diz constantemente que somos, nós os humanos, seres de infinitas possibilidades, logo, a cada possibilidade, o acolhimento, o respeito e a dignidade devida.

Neste mês de Abril, período em que voltamos, de modo especial, nosso olhar e atenção às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), convém enfatizar a necessidade de dar visibilidade as pessoas que por motivos diversos chegaram a vida adulta enfrentando as dificuldades típicas deste quadro clínico e que não tiveram a oportunidade de serem reconhecidas nas suas necessidades, dificuldades e potencialidades.

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento, isto é, um transtorno que se manifesta nos anos iniciais da infância*. A não identificação e a não intervenção nos diversos âmbitos resultam em limitações para atender as demandas da vida em sociedade, sejam nos campos da educação, relações interpessoais e/ou profissionais.

A importância de um diagnóstico adequado está no direcionamento das intervenções, logo, nos casos das crianças, o diagnóstico possibilita a intervenção oportuna e a melhor adaptação da pessoa com autismo à vida adulta, enquanto que na fase de vida adulta possibilitam a melhor compensação dos prejuízos advindos da ausência da identificação do problema na infância e do desenvolvimento de estratégias compensatórias nesta fase que resultariam no melhor ajustamento às diversas exigências da vida em todos os seus âmbitos.

As estratégias vigentes buscam atender as necessidades da criança com autismo, tais como ajustamento escolar, melhores possibilidades de acesso ao sistema de saúde, entre outras. Leis de proteção e garantias foram promulgadas visando garantir às famílias e às crianças com autismo as melhores condições de ajustamento às demandas específicas do Ser autista e as exigências delas resultantes.

As especificidades no campo da interação social e da comunicação encontram barreiras no estabelecimento das relações interpessoais, na educação e no desenvolvimento profissional, sendo assim, a limitação para conquistar a autonomia e a independência, frequentemente está associada à necessidade de suporte de terceiros ao longo de toda a vida.

No campo profissional, os estigmas e as peculiaridades do Ser autista se sobrepõem às suas potencialidades e acabam se tornando limitadores quando não impedimentos para ingressar no mercado de trabalho e/ou obter seu desenvolvimento pessoal. A estigmatização e os conflitos interpessoais e intrapessoal são resultados comuns da não identificação e da intervenção adequada e no tempo certo.

Os desafios do diagnóstico tardio vão desde a limitação de informações acerca do desenvolvimento infantil até a falta de metodologias voltadas a esta faixa etária. Há ainda outros transtornos que apresentam manifestações similares que podem gerar confusões e tornar o desafio ainda maior.

Por outro lado o conjunto de ações estabelecidas pelo poder público e instituições não governamentais contemplam as necessidades daqueles que foram diagnósticos na infância, que passam a contar com as políticas de amparo, no entanto, há aqueles que viveram uma vida inteira com limitações e que nem ao menos conseguiram nomear o que sentiam ou mesmo tiveram suas dificuldades e/ ou necessidades compreendidas. O amplo debate em torno do tema, proporcionou colocar luz não apenas sobre a condição de crianças que apresentam características e funcionamento atípico, mas também, sobre pessoas que apresentam dificuldades na vida cotidiana e não conseguem nomear suas dificuldades e experiências.

No campo do diagnóstico, leva os profissionais a ampliar seus esforços para melhor identificar e caracterizar os sinais típicos das diversas possibilidades de vivências experimentadas por pessoas que trazem consigo o jeito próprio de ser, enquanto autista. A produção de instrumentos de avaliação, também foi afetada, e hoje já temos instrumentos que buscam abarcar as necessidades de avaliação de adultos com hipótese de autismo. Na sequência das mudanças, as práticas profissionais também estão se ajustando às mudanças que o debate ocasionou.

A reflexão tem por objetivo proporcionar um espaço de ideias que nos permita direcionar o olhar para as pessoas que na fase adulta, que também necessitam de cuidado e amparo diante de suas necessidades, para que mesmo tardiamente encontrem suporte e respostas diante das necessidades. É espaço também para falar que há sim, neste momento, muitos esforços sendo empenhados na busca de criar uma realidade de acolhimento para que as intervenções possam acontecer adequadamente a todos aqueles que necessitem deste olhar especializado.

Lembramos que este mês nossas redes sociais e site vai estar voltado para o tema, uma grande oportunidade para voltarmos nossos olhares e nossa atenção para refletir sobre as condições das pessoas com autismo, queremos fazer deste um espaço de reflexão, que tenha por objetivo proporcionar a propagação de ideias que nos permita mudar nossa olhar para com elas e principalmente refletir sobre nossas limitações para acolhê-las com nas suas especificidades . Que seja também um espaço para falar que há sim, neste momento, muitos esforços sendo empenhados na busca de criar uma realidade de acolhimento para que as intervenções possam acontecer adequadamente a todos aqueles que necessitem deste olhar humano e acolhedor.

Contamos com todos nessa incrível jornada, para isso siga nossas redes sociais, compartilhe, comente e ajude nossa equipe a lançar luz sobre um tema tão relevante.

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Equipe Aelius

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