Setembro Amarelo – Como Ajudar, o Papel Essencial da Família e dos Amigos

O Setembro Amarelo se vai, mas o cuidado permanece
Talvez você já tenha se perguntado: “O que eu posso fazer se alguém que amo disser que não quer mais viver?”
Essa é uma pergunta que pode parecer assustadora, mas também revela algo lindo: o seu desejo genuíno de cuidar. Setembro está chegando ao fim, mas a nossa responsabilidade com a saúde mental das pessoas que amamos não tem prazo de validade.
Falar sobre como ajudar alguém com pensamentos suicidas é um ato de coragem, amor e humanidade que deve se estender por todos os dias do ano. Aqui em Brasília, na Clínica Aelius, acompanhamos de perto como o apoio adequado da família e dos amigos pode ser transformador. Muitas vezes, uma escuta verdadeira, uma presença acolhedora ou um incentivo gentil para buscar ajuda profissional são exatamente o ponto de virada que salva uma vida.
Compreendendo a dor por trás dos pensamentos suicidas
Os pensamentos suicidas não surgem da noite para o dia. Eles são, em geral, manifestações de uma dor emocional profunda, silenciosa e persistente que pode estar ligada à depressão, ansiedade, traumas não elaborados ou crises existenciais avassaladoras.
Quando alguém expressa frases como “não quero mais viver” ou “não aguento mais”, na verdade está tentando comunicar que não consegue mais suportar a intensidade do sofrimento que sente. Essa pessoa não quer, de fato, acabar com a vida, ela quer acabar com a dor.
É fundamental que familiares e amigos compreendam isso: seu papel não é “curar” ou “resolver” a situação sozinhos, mas oferecer apoio genuíno, presença constante e caminhos para ajuda especializada. Só essa mudança de perspectiva já pode aliviar a culpa e a sensação de impotência que muitas famílias carregam.
No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) recebe mais de 100 mil ligações por mês, demonstrando que muitas pessoas buscam ajuda, mas nem sempre encontram um espaço verdadeiramente seguro para compartilhar sua dor. É nesse momento crucial que a família e os amigos podem ser a primeira e mais importante ponte de cuidado.
Como a família pode construir uma rede de proteção efetiva
A família representa o primeiro círculo de apoio e tem um papel insubstituível na prevenção e no cuidado. Pequenos gestos consistentes podem fazer uma diferença extraordinária. Aqui estão orientações práticas sobre como ajudar alguém com pensamentos suicidas no ambiente familiar:
1. Pratique a escuta ativa e validadora
Evite minimizar a dor com frases automáticas como “isso vai passar”, “você tem tudo para ser feliz” ou “não pense nisso”. Em vez disso, valide os sentimentos com atenção plena:
“Eu percebo que você está sofrendo muito e quero te ouvir, sem pressa e sem julgamentos.”
“Obrigado por confiar em mim compartilhando o que sente.”
Essa postura cria segurança emocional real e mostra que a pessoa pode confiar completamente em você.
2. Mantenha uma rotina de cuidado consistente
Incentive gentilmente hábitos que nutrem o bem-estar: alimentação equilibrada, sono regular, exposição à luz natural e atividades físicas leves. Não se trata de impor uma agenda rígida, mas de criar estrutura e previsibilidade que oferecem sensação de controle e estabilidade.
3. Busque apoio especializado em parceria
Não sintam que precisam ter todas as respostas, isso seria impossível e desnecessário. Acompanhar a pessoa na busca por ajuda profissional demonstra comprometimento real. Psicólogos e psiquiatras têm ferramentas e estratégias específicas que potencializam o suporte familiar, não o substituem.
4. Desenvolvam um olhar atento aos sinais
Mudanças bruscas de comportamento, isolamento social progressivo, alterações significativas no sono ou apetite, expressões indiretas ou diretas sobre morte, tudo isso merece atenção cuidadosa. Reconhecer sinais precoces permite intervenções preventivas antes que a crise se intensifique.
O papel único e poderoso dos amigos
Amigos frequentemente percebem mudanças sutis que podem passar despercebidas pela família. Eles ocupam um espaço de confiança diferente e podem ser aliados extraordinários na prevenção. Algumas estratégias práticas:
1. Pergunte com sinceridade e coragem
“Como você está se sentindo de verdade, para além das respostas automáticas?”
Esteja genuinamente preparado para ouvir, sem interromper ou tentar “consertar” imediatamente. O simples ato de perguntar com intenção real abre um espaço sagrado para o diálogo.
2. Ofereça presença consistente e sem agenda
Convites simples e regulares, uma caminhada no parque, um café sem pressa, assistir a um filme em casa podem gerar uma sensação profunda de pertencimento. O apoio prático e a companhia constante reforçam que a pessoa não está sozinha em sua jornada.
3. Não tenha medo da conversa direta
Se perceber sinais preocupantes, tenha coragem de perguntar:
“Você tem pensado em se machucar ou em morrer?”
Essa pergunta não “implanta ideias” na mente de ninguém. Pelo contrário, oferece permissão para que a pessoa compartilhe o que já está sentindo e se sinta autorizada a falar sobre sua dor real.
4. Apoie ativamente na busca por ajuda
Caso a pessoa mencione planos específicos, não a deixe sozinha em momento algum. Incentive contato imediato com profissionais ou com o CVV (188), e, se necessário, ofereça-se para fazer essa ponte junto com ela.
O que evitar: atitudes que podem aprofundar o isolamento
Mesmo com as melhores intenções, algumas ações podem inadvertidamente aumentar o isolamento da pessoa em sofrimento:
- Frases invalidantes: “Isso é frescura”, “pense positivo”, “outras pessoas passam por coisa pior”, “você precisa ser forte”
- Promessas impossíveis de cumprir: Manter segredo quando existe risco real de autolesão
- Transferência de responsabilidade: Colocar toda a pressão de “melhorar” apenas na pessoa em crise
- Heroísmo solitário: Tentar resolver tudo sozinho, sem envolver profissionais quando necessário
- Comparações minimizadoras: Relativizar a dor com base em circunstâncias externas
Lembre-se sempre: acolher não significa resolver sozinho, significa ser uma ponte segura e confiável para o cuidado adequado e especializado.
Quando é essencial buscar apoio profissional
O carinho da família e dos amigos é a base fundamental, mas existem momentos em que o acompanhamento de psicólogos e psiquiatras especializados se torna não apenas recomendado, mas essencial:
- A pessoa expressa planos específicos de autolesão com detalhes sobre método, local ou momento
- Existe histórico de tentativas anteriores ou comportamentos de risco
- O sofrimento interfere drasticamente na capacidade de trabalhar, estudar ou manter relacionamentos
- Há uso crescente de álcool ou substâncias como forma de “anestesiar” a dor emocional
- Você e outros cuidadores se sentem constantemente sobrecarregados e sem recursos para ajudar
Nessas situações, contar com profissionais experientes e especializados em saúde mental não é opcional, é uma questão de segurança e efetividade no cuidado.
Acolhimento humanizado na Clínica Aelius
Na Clínica Aelius, em Brasília, oferecemos muito mais que atendimento técnico: proporcionamos acolhimento multidisciplinar verdadeiramente humano. Compreendemos que cada pessoa carrega uma história única e merece cuidado respeitoso, confidencial e completamente livre de julgamentos.
Se você leu este artigo e sente que não está preparado para apoiar alguém próximo, nossa equipe experiente pode orientá-lo sobre as melhores formas de agir com segurança, empatia e efetividade.
Se você mesmo está vivenciando momentos difíceis e sente que não há ninguém ao seu redor verdadeiramente disponível para ouvir, saiba que não está sozinho. Estamos aqui para acolher você, oferecendo toda a confidencialidade, cuidado profissional e respeito humano que você merece.
O cuidado que transcende calendários
O Setembro Amarelo nos oferece uma oportunidade valiosa de amplificar conversas sobre saúde mental, mas o verdadeiro cuidado preventivo acontece nos 365 dias do ano. Cada gesto de atenção genuína, cada conversa corajosa e honesta, cada momento de presença real pode ser o início de uma transformação que salva vidas.
A prevenção ao suicídio não é responsabilidade exclusiva de profissionais de saúde é um compromisso coletivo que começa em casa, se expande através dos amigos e se consolida com suporte especializado competente.
“Cuidar da saúde mental é um gesto de amor que não tem data para acabar, porque a vida que cuidamos não tem prazo de validade.”
Recursos para ajuda imediata
Em situações de crise ou sofrimento intenso:
- CVV – 188: Atendimento gratuito, confidencial e disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano
- SAMU – 192: Para situações de risco imediato à vida
- Clínica Aelius: Atendimento especializado, acolhedor e humanizado em Brasília
Lembre-se: Pedir ajuda não é sinal de fraqueza é a demonstração mais clara de força, autocuidado e amor próprio. Se você ou alguém que conhece está enfrentando momentos difíceis, não hesite em dar esse passo corajoso.
Agende uma consulta conosco e permita-se receber o cuidado profissional, respeitoso e transformador que você merece.
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