Lei sobre celulares nas escolas: Limitar ou buscar o equilíbrio ?

15 de janeiro de 2025
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No dia 13 de janeiro de 2025, o presidente Lula sancionou a Lei nº 15.100/2025, que restringe o uso de celulares nas escolas de todo o país. A medida, válida para todas as etapas da educação básica em instituições públicas e privadas, foi motivada por preocupações com os impactos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos na saúde física, mental e psíquica das crianças e adolescentes.

A lei proíbe o uso de celulares em sala de aula, recreios e intervalos, salvo em situações específicas, como emergências ou fins pedagógicos. Além disso, determina que as escolas implementem ações para lidar com o sofrimento psíquico dos alunos, oferecendo treinamentos, espaços de acolhimento e conscientização sobre os riscos do uso excessivo de telas.

Diante do impacto dessa decisão, que já vem gerando intensos debates na sociedade, nosso diretor clínico, José Magnos, compartilha reflexões essenciais sobre o tema. Em seu artigo, ele analisa como os dispositivos tecnológicos moldam as novas gerações, abordando os desafios e as oportunidades que eles oferecem, além de propor caminhos para que pais, educadores e profissionais da saúde possam ajudar as crianças e adolescentes a equilibrar o uso desses recursos com o desenvolvimento saudável.

Se o uso excessivo de celulares prejudica as dimensões cognitivas, sociais, emocionais e físicas, como apontam especialistas, que estratégias podem ser adotadas para restaurar o equilíbrio? A leitura do texto do Dr. José Magnos não apenas aprofunda essas questões, mas também convida a todos a refletirem sobre como podemos usar a tecnologia como uma ferramenta que enriqueça nossas vidas, sem comprometer nosso bem-estar.

Mais informações sobre a Lei nº 15.100/2025: Notícia publicada no .GOV.BR

Nosso Filhos e os Celulares
Artigo José Magnos – Diretor Clínico Aelius


Outro dia ouvi um questionamento que me chamou a atenção. Nossos filhos podem usar telefones celulares? Na ocasião eu pensei, e porque não? A reflexão, inicialmente poderia ser descabida, como assim as crianças poderem ou não usar o celular, a resposta parecia obvia, claro que sim. E com o tempo, ver um telefone celular (telas) na mão de crianças e adolescentes se tornou cada vez mais frequente e por diversas razões.

Como tudo que é novo o uso de telas e telefones celulares levaria um tempo para compreendermos o que realmente significaria na mão de adultos, crianças e adolescentes.

Passado o tempo vemos que o custo benefício talvez não compense, deixar celulares nas mãos de crianças e adolescentes pode sim trazer significativos prejuízos, principalmente quando associado ao conceito de privacidade, que neste contexto parece não ter limites e principalmente uma criança ou adolescente, qual limite de privacidade pode ser permitido sem que isto represente uma ameaça ao bem-estar dele ou dela e a segurança? Aqui convém destacar que no período em que não havia equipamentos eletrônicos que mediavam quase todas as atividades de crianças e adolescentes, como ocorre hoje, eles e elas, contavam com os olhares e a presença de seus pares e de adultos que os protegiam de quaisquer investidas, dificultando as ações danosas contra eles e elas.

Outro ponto a se considerar é a saúde mental. Todos os elementos que antes era motivo de conflitos ainda existem, e agora são potencializados pela privacidade dos equipamentos eletrônicos, pois agora a presença física não é mais necessária para que se atinja alguém, basta usar o celular para os fins que quiserem, mas não são apenas ações de cyberbullying que podem acontecer e serem geradoras de sofrimento psíquico e rompimento do bem-estar e do desequilíbrio pessoal. Dados de pesquisa indicam que o aumento de ansiedade e do uso de ansiolíticos aumentou significativamente nos últimos anos. As pesquisas falam mais do aumento da ansiedade e do uso destes medicamentos entre adultos e para entender melhor este fenômeno, há de se considerar as constantes referências associativas entre a dinâmica de funcionamento das redes sociais e o aumento da ansiedade neste grupo. A ânsia por validação, “curtidas”, o ritmo excessivamente acelerado e a volatilidade das redes sociais geram intensos momentos de ansiedade, conflitos e frustrações, resultando em rompimentos constantes do equilíbrio emocional.

Prejuízos cognitivos também estão associados ao uso excessivo dos equipamentos eletrônicos. Pesquisas recentes indicam que a geração atual, é a primeira a apresentar desempenho cognitivo inferior a de seus pais e estes resultados, estão associados ao uso intenso de conteúdos de baixa qualidade e de pouca possibilidade de reflexão, ou seja, a maioria dos conteúdos consumidos não auxiliam no aprimoramento das capacidade e habilidades cognitivas, motoras e sociais.

Ao longo da história humana, crianças, adolescentes e adultos tiveram suas “telas”, que de acordo com cada época tinham suas características. Você que nos ler, qual foi a sua? A bola, a pipa, o pique-pega, qual foi? Se sempre tivemos uma “tela” como meio de interação e recreação, porque hoje se tornou um problema? Trata-se de exagero ou de conspiração contra o uso de eletrônicos ou é apenas saudosismo dos pais?

Para refletir sobre este tema, iniciemos pela função que os eletrônicos exercem nas vidas de adultos e crianças. Com que função você entrega o equipamento eletrônico para seu filho ou filha? É para deixá-lo quieto, para mantê-lo dentro de casa com segurança, é para que? Segundo, quais as consequências da escolha deste instrumento que seu filho ou filha faz uso? Na busca de possíveis respostas, podemos tentar observar em outros padrões de interações e de outros períodos, suas características e consequências, como por exemplo, houve momentos em que as “telas”, como já citadas acima, eram as bolas, as pipas e tantas outras coisas que não equipamentos eletrônicos. A maneira de controlar a criança por vezes era pedindo que ela ajudasse nas atividades de casa junto aos seus responsáveis e outros tantos recursos usados por pais e mães e a sociedade como um todo (nas escolas, por exemplo, as crianças jogavam bolas, corriam brincando de pique pega). O contexto proporcionava os recursos para as brincadeiras infanto-juvenis e assim os brinquedos atendiam as necessidades recreativas infantis e as mantinham sob os olhares dos responsáveis.

As características da vida infantil, em períodos anteriores da nossa história, consistiam na interação social, acompanhadas, muitas vezes, pelos responsáveis ou um irmão mais velho, não raras vezes também de atividades motora, como correr atrás de bola, soltar pipa, brincar de esconde esconde e assim por diante. Outras vezes, envolviam a atividade criativa, como criar seus próprios brinquedos, responsabilidade, brincadeira em tempo real (a ansiedade era apenas pela chegada do próximo dia para brincar novamente, ansiedade que logo se dissipava por haver outras atividades e coisas para serem feitas. Hoje a brincadeira continua na rede social e se não é acompanhada há “prejuízos e danos”) e principalmente, as brincadeiras aconteciam no mundo objetivo e concreto, no tempo presente e sem outras atividades simultâneas, como assistir aula pensando na mensagem do celular que está dentro da mochila. Hoje a concorrência entre as atividades exige das crianças o estabelecimento de limites de recursos e de temporais (o smartphone é tudo). Antes era preciso viver a coisa no momento presente, com recursos limitados. Assim, em termos comparativos, temos hoje, muito mais coisas acontecendo simultaneamente, num mundo de difícil acesso(mundo digital), com bem menos possibilidades de acompanhamento e segurança, geralmente, vivido na própria intimidade de cada criança e adolescente, sem que na maioria das vezes sejam percebidos pelos seus responsáveis (criança que se machucava jogando bola, era vista na hora e tinha alguém para socorrer. Hoje quando ela é machucada na internet, quem ver e quem vai socorrer? Neste contexto o conceito de privacidade pode ser muito problemático).

Cada período da história oferece aos seus “filhos”, instrumentos, princípios e condições próprias à sua constituição como pessoa, logo, o que estamos vivendo hoje, é nada menos nada mais do que aquilo que criamos e que hoje entregamos aos nossos filhos, recursos que do tempo presente que nós como pais oferecemos aos nossos filhos para que eles se tornem pessoas para viverem suas vidas no momento presente sendo as melhores pessoas que eles possam ser. Dito isto e tentando olhar de forma prognóstica, que adultos serão nossos filhos, se os recursos que eles têm hoje, os conduzem cada vez mais a vivência de um mundo desconectado da realidade concreta, excessivamente expostos às diversas possibilidades e muitas vezes sozinhos, mesmo quando estão do nosso lado. As crises de ansiedade, os medos, as ameaças e tantas outras sensações, sentimentos e vivências experimentadas pelas crianças e adolescentes enquanto usam suas “telas” não são virtuais, mas sim bem concretas que muitas vezes só são percebidas quando já chegaram a níveis alarmantes.

Aquilo que temos hoje são instrumentos, princípios e condições que o presente oferece aos seus “filhos” para que se constituam como pessoas. No entanto, como lidar quando essas condições começam a se transformar em desafios ou até mesmo em problemas? Estudos apontam que o uso excessivo de recursos tecnológicos pode trazer prejuízos motores, cognitivos e sociais, indicando um desequilíbrio entre as diversas dimensões das vidas de nossas crianças e adolescentes.

É fundamental que busquemos o equilíbrio no uso desses recursos, promovendo práticas que integrem e fortaleçam habilidades essenciais para o desenvolvimento humano. Retomar atividades que envolvam interação social, como jogos que ensinem a lidar com a frustração de perder, ou incentivar brincadeiras manuais e recreativas que estimulem o exercício motor e afetivo, são caminhos valiosos para reequilibrar essas dimensões.

Os recursos tecnológicos devem ser vistos como instrumentos que atendem às nossas necessidades e promovem o desenvolvimento, mas nunca como substitutos das nossas habilidades. Seu uso excessivo, sem critérios, pode levar ao atrofiamento de capacidades fundamentais para a vida em sociedade, como a empatia, a resiliência e a criatividade.

Como pais, educadores ou profissionais da saúde, nossa missão é proporcionar condições para que nossos filhos e alunos tenham experiências que favoreçam o aprendizado, a socialização e o bem-estar. Isso inclui oferecer limites saudáveis ao uso de dispositivos eletrônicos e, acima de tudo, estar presente para guiar, apoiar e oferecer alternativas que ajudem a formar adultos mais equilibrados e preparados para lidar com os desafios da vida.

Lembremos que o bem-estar de nossas crianças e adolescentes não está apenas em protegê-los dos riscos do mundo digital, mas também em oferecer oportunidades para que descubram o valor das interações humanas, do contato com a realidade concreta e das experiências que os ajudam a crescer como indivíduos plenos e conscientes de si mesmos.

 

A Clínica Aelius está aqui para te ajudar a encontrar esse equilíbrio.


 

Sabemos que o uso excessivo de telas pode gerar ansiedade, dificuldade de concentração e impactar negativamente as relações sociais. Nossa equipe de psicólogos especializados em saúde mental infantil e adolescente pode auxiliar tanto crianças quanto pais a estabelecer limites saudáveis, desenvolver habilidades de comunicação e lidar com os desafios do mundo digital.

Através de terapias personalizadas, oferecemos ferramentas e estratégias para que toda a família possa construir uma relação mais saudável com a tecnologia e viver uma vida mais plena e equilibrada.

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