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11 de maio de 2023

A notícia é um pouco antiga, mas nunca é tarde para celebrar a  inclusão e a construção de um mundo mais igualitário para todos,  um tema fundamental na sociedade contemporânea, pois todos devem ter as mesmas oportunidades e serem respeitados independentemente de suas diferenças. No contexto do autismo, a inclusão é especialmente importante, pois muitas vezes as pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) enfrentam barreiras para se integrar à sociedade e participar de atividades comuns.

No entanto, cada vez mais, estão sendo criados espaços e iniciativas que buscam promover a inclusão de pessoas com autismo. Um exemplo disso é o espaço criado na Arena Corinthians, em São Paulo, especialmente preparado para crianças com TEA. O espaço, chamado de “Camarote Autismo”, foi inaugurado em 2019.

O Camarote Autismo foi projetado para oferecer um ambiente mais tranquilo e adaptado às necessidades das crianças com TEA. O espaço é equipado com materiais sensoriais, como tapetes e brinquedos, que ajudam a criar um ambiente acolhedor e agradável. Além disso, há monitores treinados para lidar com crianças com autismo e auxiliá-las em suas necessidades.

A iniciativa do Camarote Autismo é uma grande conquista para a inclusão de pessoas com autismo. Afinal, um dos maiores desafios para as famílias de crianças com TEA é encontrar atividades que seus filhos possam participar sem se sentir excluídos ou incompreendidos. Com o Camarote Autismo, o Corinthians oferece a essas crianças e suas famílias uma experiência única e inclusiva, mostrando que o esporte e a inclusão podem caminhar juntos.

Além disso, a iniciativa também ajuda a conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão de pessoas com autismo em todos os espaços. Afinal, é fundamental que as pessoas entendam que a inclusão não é apenas uma questão de justiça social, mas também uma questão de garantir que todos possam desfrutar dos mesmos direitos e oportunidades.

Em resumo, o Camarote Autismo na Arena Corinthians é um exemplo inspirador de como a inclusão pode ser colocada em prática, promovendo um ambiente mais acolhedor e acessível para as crianças com autismo. É preciso valorizar iniciativas como essa e trabalhar cada vez mais pela inclusão de pessoas com TEA em todos os espaços, para que possam desfrutar plenamente de seus direitos e potencialidades.

Confira mais detalhes nessa reportagem da Revista Veja:

Marcos Mion


 

Marcos Mion desempenhou um papel crucial na criação do espaço destinado às crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Arena Corinthians. Sua atuação foi fundamental para sensibilizar e mobilizar as pessoas em prol da inclusão e para conquistar o apoio necessário para concretizar esse projeto tão importante.

Mion sempre foi um defensor da inclusão e tem uma conexão especial com o autismo, uma vez que seu filho Romeo é autista. Através de suas redes sociais e de sua visibilidade como figura pública, ele tem utilizado sua influência para promover conscientização e compreensão sobre o autismo, bem como para defender os direitos das pessoas com TEA.

Ao longo de sua carreira, Mion tem sido um porta-voz ativo para a causa da inclusão, buscando combater estigmas e preconceitos em relação ao autismo. Sua dedicação e empatia têm sido fundamentais para quebrar barreiras e abrir portas para crianças com autismo, proporcionando a elas a oportunidade de participar plenamente de atividades sociais, como frequentar jogos de futebol na Arena Corinthians.

Corintiano, Mion ajudou a viabilizar o Camarote Autismo. Seu envolvimento no projeto trouxe visibilidade e engajamento, atraindo a atenção de patrocinadores e parceiros, e incentivando a sociedade a apoiar a iniciativa. Além disso, sua experiência pessoal como pai de uma criança com autismo possibilitou que o espaço fosse desenvolvido com um olhar sensível e direcionado às necessidades das crianças com TEA.

Com seu carisma e sua dedicação, Marcos Mion tem desempenhado um papel transformador na promoção da inclusão de pessoas com autismo. Sua atuação na criação do espaço na Arena Corinthians demonstra como uma figura pública engajada pode ser um agente de mudança significativo na luta pelos direitos e pela inclusão das pessoas com TEA. Sua voz tem ajudado a abrir caminhos para que mais espaços inclusivos sejam criados em diferentes áreas da sociedade, promovendo um mundo mais acessível e igualitário para todos.

Confira o momento onde o apresentador do Caldeirão do Mion participa da inauguração do espaço:

 



Confira outros vídeos em nosso canal do Youtube (link):


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30 de abril de 2023

As queixas advindas de divergências entre expectativas e resultados obtidos, leva à busca da identificação de suas causas e de intervenções que eliminem ou reduzam os prejuízos delas decorrentes. Algumas situações tornam as divergências foco de preocupação, geralmente quando elas indicam prejuízos laborais, acadêmicos e/ou interpessoais.

Este artigo abordará uma das etapas que constitui a investigação das queixas associadas ao funcionamento neurocognitivo, ou seja, tratará da avaliação neuropsicológica que é uma etapa do processo diagnóstico das disfunções neurocognitivas. Ressalta-se que é parte exigida nos casos de suspeita de transtornos do espectro autista (TEA), problemas de aprendizagem, queixas de hiperatividade, queixas diversas das funções cognitivas, entre outras.

Para realização da avaliação são utilizados  instrumentos padronizados, que fornecem dados normatizados da população, segundo cada faixa etária. Eles são produzidos a partir de extenso trabalho de pesquisa, junto aos grupos de interesse e de acordo com referenciais teóricos. Assim, servem para indicar o quanto o comportamento mensurado está ou não de acordo com a média. Servem também de referência na hora da análise dos dados e conclusão acerca da queixa. 

Quanto ao planejamento, a avaliação é estruturada de acordo com três eixos guias (desenvolvimento, cognição e comportamento) e abrange toda a vida humana, levando em consideração as fases do desenvolvimento, infância e adolescência, a vida adulta e a terceira idade. Para cada uma das etapas, há referenciais teóricos que caracterizam as condições da pessoa no dado momento da vida ou período existencial e de acordo com as queixas apresentadas.

Os três eixos a que me refiro e que estruturam a avaliação, visam direcionar a investigação de modo a obter informações do comportamento interativo, nos âmbito familiar, escolar/social e a observação do comportamento em interação com o avaliador em ambiente semi-estruturado.

A mensuração das habilidades neurocognitivas integra a avaliação e consiste na identificação do desempenho diante da aplicação de instrumentos psicológicos que medem entre outras a capacidade de memória, atenção e concentração, velocidade de processamento, raciocínio, funções executivas e tendo como referência a queixa apresentada. Nesta etapa também se avalia o quadro clínico para descartar possíveis interferências no funcionamento cognitivo.

Nos casos de suspeita de transtorno do espectro autista, bem como nos demais casos de suspeitas de transtornos do neurodesenvolvimento, é indispensável incluir instrumentos que investigam o neurodesenvolvimento infantil, escalas de investigação de indicadores de sinais do espectro e demais instrumentos de acordo com cada situação apresentada. 

Na terceira etapa, o foco é a história da vida do avaliando, o seu desenvolvimento que se estende do momento da gravidez aos dias da avaliação. Identifica-se  as condições que envolveram a gravidez, o nascimento e os marcos do desenvolvimento infantil, como se deram, se algum ocorreu fora do esperado para cada etapa da infância.

Cada etapa do desenvolvimento humano é marcada por condições e necessidades específicas, assim no momento de planejar a avaliação, o profissional deve ter isto como referência e fazer a seleção dos seus instrumentos de acordo com a idade da pessoa que será avaliada e também segundo a queixa trazida pelos seus responsáveis. 

O planejamento da avaliação também deve levar em conta a infância e adolescência, a fase adulta e a terceira idade, como sendo períodos do desenvolvimento com características específicas que exigem olhar adequado a cada condição e queixas específicas.

No caso de crianças e adolescentes, as queixas mais frequentes estão no campo da avaliação de dificuldades escolares, déficits no desenvolvimento, suspeita de TEA, ou suspeita de atraso global do desenvolvimento, problemas de linguagem entre outros. Portanto,  os instrumentos a serem utilizados, nos casos de avaliação infantil, devem ser selecionados visando identificar as habilidades de acordo com as condições do desenvolvimento e o que avalia cada instrumento, levando em conta a faixa etária a que se destina.

A avaliação nos casos de jovens e adultos, as demandas têm como motivadores, prejuízos laborais e acadêmicos ou são motivados por limitação de habilidades geradas por eventos externos que produzem perdas cognitivas e que resultam em disfunções na vida diária.

Vale ressaltar que a avaliação neuropsicológica não encerra em si a investigação das queixas apresentadas, no entanto, é o maior conjunto de informações agrupadas em um só documento sobre a pessoa em avaliação, nos campos da cognição, desenvolvimento e do comportamento daí sua importância. Oferecer informações sobre as habilidades que se encontram rebaixadas e auxiliar no planejamento das intervenções a serem realizadas, constituem os principais  objetivos de uma avaliação. 

Por fim, a avaliação tem como propósito classificar o desempenho geral e também das diversas funções cognitivas de forma específica, proporcionando um relatório descritivo das habilidades e limitações do avaliado. O referencial médio é estabelecido de acordo com o funcionamento do grupo, no entanto, não se encerra aí, a identificação do funcionamento por habilidades específicas permite que o suporte ocorra de acordo com a necessidade cada e não sejam ignorados os potenciais existentes.

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Texto Escrito por nosso diretor clínico:
José Magnos


Confira mais sobre o assunto no vídeo com nosso diretor clínico:

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28 de abril de 2023

Visando contribuir com a divulgação de conteúdo sobre autismo, iniciamos, neste mês de abril, a produção de uma série de material sobre o tema. Buscamos produzir conteúdo que fale sobre as pessoas com autismo. Para dar continuidade, apresentamos esse artigo escrito por nossa psicóloga Natasha Shelei Araújo, o artigo permite um mergulho em um conteúdo informativo que explora a jornada das crianças autistas,  sendo que nosso objetivo é fornecer um conhecimento embasado e atualizado para profissionais, familiares e comunidade em geral.

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24 de abril de 2023

O “Abril Azul” é uma campanha global que tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o autismo e ajudar a promover a inclusão e a compreensão dos desafios enfrentados pelas pessoas com autismo. Seguindo nosso planejamento para celebrar esta campanha e lançar luz sobre o tema, gostaríamos de compartilhar as cinco séries que abordam o tema.

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18 de abril de 2023

Visando contribuir com a divulgação de conteúdo sobre autismo, iniciamos, neste mês de abril, a produção de uma série de material sobre o tema. Buscamos produzir conteúdo que fale sobre as pessoas com autismo. Para dar continuidade, quero retomar o conjunto de características usadas para definir o quadro de autismo, lembrando que isto não esgota o tema, dada a sua amplitude. Enfatizo que o objetivo é focar nas  pessoas. Vê-las como únicas que são. Pensar mais nas pessoas que nos sintomas.

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11 de abril de 2023

Abril é o mês da conscientização do autismo, uma oportunidade para aumentar a compreensão e a aceitação das pessoas com autismo em todo o mundo. E uma das melhores maneiras de fazer isso é através da arte e da cultura. Falando 19 dias para encerrar o mesmo,  trazemos para vocês 19 filmes sobre autismo para colocar na sua agenda diária (Ou maratonar no fim de semana).

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30 de abril de 2022

Continuando nossas ações para promover conhecimento, respeito e empatia no #AbrilAzul, mês dedicado à conscientização da população sobre o espectro autista, seguimos compartilhando informações sobre esse universo, e sabendo que problemas com alimentação são um fator de estresse para muitos pais de crianças com TEA, entre eles a seletividade alimentar.

Durante a pandemia isso ficou ainda mais complicado, não apenas para crianças com TEA, pois a mudança de rotina durante o isolamento social, teve um impacto direto na alimentação de todas as famílias, que ficaram mais tempo em casa, precisando aprender a lidar com home office, aulas on-line, etc.

Tudo isso deixou ainda mais complicado seguir uma rotina que ajuda a promover uma boa alimentação, e muitas crianças têm apresentado seletividade alimentar, quando há recusa de alguns alimentos ou de grande parte deles, como grupos alimentares quase inteiros.

Mas aos poucos vamos retornando à “vida normal” e chega a hora de buscarmos esse equilíbrio, auxiliando as crianças e pais a buscarem uma alimentação mais saudável.

Por isso compartilhamos agora, 8 dicas para reverter a seletividade alimentar !

Para mais detalhes, confiram a matéria completa do jornal EXTRA clicando aqui !

Inclusive a matéria pontua que no caso de seletividade alimentar, é importante buscar uma equipe multidisciplinar como a Aelius oferece a seus clientes, por isso reforçamos novamente que estamos de portas abertas para oferecer suporte e acolhimento a todos, sempre buscando promover saúde e bem estar !

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18 de junho de 2021

A data de 18 de junho foi escolhida para mudar a visão negativa dos meios de comunicação e da sociedade em relação ao autismo, substituir o conceito de “doença” por “diferença” e reconhecer o potencial das pessoas que sofrem do transtorno. O bate-papo de hoje é para refletir e reavaliar a maneira como vemos os grupos de pessoas que são diferentes de nós e muitas vezes são incompreendidos. Confira o áudio.

Criada em 2005, a comemoração, a cada ano mais popular também no Brasil, conta com a adesão do Senado Federal. A intenção é demonstrar à sociedade que o autista não tem uma doença, mas apenas apresenta condições e características especiais que trazem desafios e também recompensas aos seus familiares e à comunidade.

Outra celebração importante para os autistas é o 2 de abril, Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, data instituída pela Lei 13.652, de 2018, proposta pelo senador Flávio Arns (Rede-PR).

— As duas datas fortalecem a reflexão e a compreensão sobre as especificidades do espectro das pessoas com autismo. Também chamam a atenção sobre as condições que a nossa sociedade e o nosso Estado oferecem a esses brasileiros e suas famílias, de uma forma ampla, sistêmica, abrangendo os diversos aspectos da vida — explicou o senador.

Cérebro diferente

Ana Carolina Quariguasy é mãe de Marina (11 anos), Pedro (8 anos, diagnosticado com autismo antes dos 2 anos) e Cecília (1 ano e 2 meses, sem características que indiquem o transtorno). Já são mais de seis anos de busca por apoio do governo e para encontrar os tratamentos adequados que o ajudem a controlar a ansiedade, a diminuir a sensibilidade aguçada, causada por barulhos, luzes ou cheiros fortes, a melhorar a comunicação (ele não é verbal) e a obter uma educação de qualidade, inclusiva e com acompanhamento, direito garantido por lei.

Apesar das dificuldades, sobretudo para se expressar, Pedro é amável, carinhoso, inteligente e muito ligado às irmãs. Gosta de passear, dançar, nadar, brincar no balanço e no escorregador, como qualquer criança de 8 anos. “Ele completa a família”, frisa a mãe.

Na opinião de Ana Carolina, o Dia do Orgulho Autista e o Dia de Conscientização do Autismo evidenciam a existência do transtorno na coletividade e ajudam a pavimentar a estrada a ser percorrida até que a sociedade tolere verdadeiramente o diferente, seja o neurodiverso, seja a pessoa com deficiência, o negro, a mulher, o índio ou o idoso.

— Vivemos num mundo capacitista [que discrimina quem não é considerado normal] que não inclui de verdade e segrega as diferenças. Ainda temos um longo caminho para que autistas não sejam vistos como doentes, mas sim como pessoas que têm um funcionamento cerebral específico, diferente. Então, estas celebrações são importantes para que a neurodiversidade esteja em evidência e para que possamos entender que, mesmo sendo diferentes, os autistas têm valor — opinou, em entrevista à Agência Senado.

Espectro

Leitora voraz de estudos que a ajudam a compreender o transtorno e a auxiliar o filho em suas demandas, Ana Carolina explica que o autismo tem características individuais, com diferentes níveis de intensidade de pessoa para pessoa, ocupando diferentes “faixas” num espectro, numa escala que vai de leve a grave.

— Por isso se diz que nenhum autista é igual ao outro — explica.

Um autista de alta funcionalidade manifesta prejuízos leves, que não impedem que ele estude, trabalhe ou se relacione. Um autista de grau médio tem menos independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como usar o banheiro ou preparar a sua refeição. Já alguém com baixa funcionalidade tem dificuldades graves e costuma precisar de apoio especializado ao longo da vida. Pedro tem grau médio.

Pessoas com TEA podem ter dificuldades de se expressar, principalmente quando não falam de maneira efetiva, comunicando uma ideia ou um sentimento. Costumam decorar trechos de músicas ou de filmes e repetem frases sem necessariamente emitir uma opinião ou um juízo. Normalmente apresentam comportamentos repetitivos, emitindo sons, se balançando, fazendo gestos fora de contexto ou que pareçam estranhos para outras pessoas. Essas, em geral, são maneiras que encontram para se tranquilizar após expostos a alguma situação que fuja do habitual. Podem ainda encontrar formas não convencionais de brincar, manusear objetos ou interagir, como virar um carrinho com as rodas para cima e girar os pneus, em vez de conduzi-lo numa pista imaginária, explica Ana Carolina.

Inclusão

Para promover a inclusão dos autistas, considerando todas as características e necessidades, são indispensáveis adaptações físicas, comportamentais e legais, que garantam a eles qualidade de vida e cidadania. O Congresso Nacional tem atendido a esse chamado e elaborado legislação em resposta às demandas feitas pelos representantes da causa das pessoas com TEA.

Foi com a Lei Berenice Piana (Lei 12.764, de 2012, que define a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) que o autismo foi definitivamente classificado como deficiência, assegurando aos diagnosticados todas as políticas de inclusão existentes no país para a pessoa com deficiência. Até então, a legislação não era clara em relação ao autismo, e muitas vezes eles eram impedidos de usufruir dos benefícios.

Essa lei também garantiu a inclusão escolar, o direito de matrícula em escolas regulares, o acesso a um mediador escolar sem custo para a família e previu sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência. O texto foi originário de uma Sugestão Legislativa (SUG 1/2010), da Associação em Defesa do Autista, convertida em projeto da CDH.

— [Com a lei] você passou a incluir os que estavam à margem, secundarizados, tratados de forma segregada e que passaram a ter reconhecimento legal, por força de um tratamento não digno dispensado há décadas, e com essa segurança de haver sanções para quem descumprisse os direitos por eles conquistados. Autistas não tinham essas garantias e direitos. Sem sombra de dúvidas melhorou consideravelmente, em especial quando tratamos sobre educação — declarou à Agência Senado o senador Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), autor de diversas propostas legislativas que beneficiam os autistas.

Poucos anos mais tarde, o Estatuto da Pessoa com Deficiência — ou Lei Brasileira de Inclusão (LBI), Lei 13.146, de 2015 — afirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos, incluindo os autistas, para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas. Atribuiu ao Sistema Único de Saúde (SUS) o dever de oferecer atenção integral e tratamento completo ao paciente diagnosticado com TEA, em qualquer grau de complexidade. E garantiu benefícios diversos como a prioridade na restituição do Imposto de Renda aos contribuintes com deficiência ou com dependentes nessa condição.

Uma das maiores conquistas [para os autistas] foi a Lei 12.764, de 2012, a que dei o título de Lei Berenice Piana.

Maria Berenice Piana dá nome à Lei 12.764, de 2012, por ser uma das principais defensoras dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mãe de três filhos, um deles autista, a militante procurou o Senado em busca da aprovação de legislação que classificasse, definitivamente, os autistas como pessoas com deficiência, garantindo direitos e ampliando as informações sobre o transtorno à população. Para ela, era preciso um instrumento para ajudar as famílias na luta contra a burocracia. Por meio de uma sugestão legislativa apresentada pela Associação em Defesa do Autista em 2010, e convertida no Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011 pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), a iniciativa foi aprovada nas duas Casas do Congresso e tornou-se lei. A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista, prevista na Lei Berenice Piana, foi um dos primeiros casos de sucesso de legislação participativa no Senado.

Carteirinha

Mais uma conquista obtida para os autistas foi a regulamentação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), pela Lei 13.977, de 2020, conhecida como Lei Romeo Mion.

Romeo Mion, 14 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é filho do apresentador de televisão Marcos Mion, que se tornou um militante em defesa dos direitos das pessoas diagnosticadas com o transtorno. Marcos Mion visitou o presidente Jair Bolsonaro em julho de 2019 e, após longa reunião, o convenceu a sancionar a legislação que incluiria informações específicas sobre autismo no Censo 2020 (Lei 13.861, de 2019). Bolsonaro já havia feito manifestações que indicavam um provável veto à proposta. Pouco tempo depois desse encontro, em janeiro de 2020, o presidente sancionou a Lei 13.977, de 2020, que ficou conhecida com o nome de Romeo Mion e criou a carteira para identificar os autistas (Ciptea). A legislação teve origem no projeto de lei da Câmara (PL 2.573/2019), da deputada Rejane Dias (PT-PI), aprovado no Senado em dezembro do ano passado. A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) foi relatora na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

A carteira deverá ajudar seus portadores a ter atenção integral, prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

A Ciptea será expedida pelos órgãos estaduais, distritais e municipais que executam a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A família deve apresentar um requerimento acompanhado de relatório médico para obter o documento.

Fonte: Agência Senado

#DiaDoOrgulhoAutista

 

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